Monday, November 12, 2007

Criatividade e inovação - o Método dos Seis Chapéus - Hoje na Prova Oral (Antena 3, 19h)
O método dos seis chapéus criado por Edward de Bono é um modelo de raciocínio utilizado para explorar diferentes perspectivas para delinear uma estratégia numa situação complexa. Utiliza-se em situações de discussões em grupo : uma pessoa apresenta os factos do caso (chapéu branco, visão neutra), outra gera ideias sobre o modo como o caso pode ser tratado (chapéu verde, pensamento criativo), enquanto a seguir uma outra lista as vantagens (chapéu amarelo, optimista) e uma outra lista as desvantagens (chapéu preto, o advogado do diabo).Depois deste processo, há um elemento que sumariza as tendência de opinião sobre as várias alternativas em análise (chapeu vermelho, conciliação) e finalmente, o último membro sistematiza a discussão e encerra a reunião (chapéu azul, consenso).
Técnica especialmente aconselhada para sessões de criatividade. Uma vez que todos os membros têm um papel definido a discussão pode ser franca e aberta, anulando-se a tendência para a personalização das críticas.
Quem pretender aprofundar este tema pode consultar: http://www.edwdebono.com/
ou ouvir hoje na Antena 3 o programa Prova Oral onde teremos Joana Sousa a esclarecer-nos, ela que é «formadora certificada na técnica Six Thinking Hats®, pelo de Bono Thinking SystemTM» – sim, com estes salamaleques todos.

Thursday, November 08, 2007

ARTE LISBOA - 7 a 12 na FIL - Eu vou e vocês?
Organizado pela Associação Industrial Portuguesa (AIP) e a Feira Internacional de Lisboa (FIL), o Arte Lisboa abre hoje portas, entre as 16:00 e as 23:00, horário que se manterá até segunda-feira, 12, dia do encerramento.São 10 mil metros quadrados do Pavilhão 4 da FIL com 60 galerias - 41 portuguesas e 19 estrangeiras - para descobrir, sendo a grande novidade os Project Rooms - comissariados por Isabel Carlos - vão acolher 11 trabalhos de artistas e galerias em suportes tradicionais e não-tradicionais, portadores das grandes linhas da arte contemporânea mais recente.Pelo sétimo ano, este é um espaço de encontro entre artistas, galeristas, colecionadores, críticos e outros agentes do sector, visando igualmente divulgar a arte contemporânea nacional e internacional ao público, bem como de debater temas e incluir novas perspectivas através do ciclo de debates sobre o estado da arte organizado em parceria com a revista online artecapital.net, dedicados aos temas «Visões Mediáticas», «Museus em Rede» e «Mercados Emergentes».Espreitem, vejam o mundo por outros olhos, medido por outras sensibilidades.

"A beleza oferece à nossa imaginação a oportunidade de uma satisfação inteiramente desinteressada." Kant
www.artelisboa.fil.pt/

Wednesday, October 10, 2007

Os meus quadros já respiram
Olá amigos. Eis o motivo do meu afastamento. Tenho pintado como se não houvesse amanhã e venho convidar-vos a visitar os meus trabalhos de pintura no meu site oficial:
(cliquem na imagem)

Estarei também presente em várias galerias nacionais e internacionais, das quais saliento a Galeria da Vinci:

http://www.davincigallery.net/arte/artistPage.do?tab=artist&subtab=artist.list&username=mjamaica

Estão todos convidados para a 1ª Mostra Nacional da Galeria da Vinci, a decorrer na Galeria Adamastor na Foz do Arelho de 27 de Outubro a 30 de Novembro onde também irei participar com um trabalho ao lado dos excelentes pintores que formam esta comunidade artística.

Tuesday, September 25, 2007

O meu Eu Electrónico

A convite do meu bom amigo Vasco Sousa, director da revista Inovar-te foi-me pedida uma pequena dissertação (tenho um fetiche com esta palavrinha) sobre a minha personalidade electrónica. Neste caso escolhi o meu eu blogónico para fazer as honras da casa. E, em primeiríssima mão para todos os visitantes que por aqui vagueiam (para os comuns dos mortais será publicado no nº 6 da Inovar-te), rezava qualquer coisa assim:

"Qual Alice no País das Maravilhas redescubro-me em novos personagens e cenários neste mundo, todo ele espelho mágico do real, todo ele contorcido e dotado de uma elasticidade e uma permeabilidade digna de um super herói de collants. O meu eu electrónico nasce e agiganta-se na blogosfera. Terra de fantasia, de eus desmedidos, de solidão originária, de frases feitas ou contrafeitas, refúgio último dos dias, trancado a cadeado de password como antes o fazíamos com o diário escondido na folga da tábua solta no chão.Crescemos como cogumelos nesta teia imensa de génios e medíocres, mordazes línguas bífidas, uns participando da feira de vaidades do estrelato e outros almejando ser simples barracas de tiro ao alvo, certeiras mas humildes, conscientes da sua natureza puramente lúdica. O meu eu electrónico é feito da prosa do dia e polaroids dos instantes, dos fragmentos cozidos como trapos, no alinhavo de bainha da capa e espada de um novo herói de BL (Banda Larga)."

Monday, July 30, 2007

Morreu Ingmar Bergman



O cineasta Ingmar Bergman faleceu aos 89 anos na sua casa de Faaro (Gotland), na Suécia. O mestre do cinema, conhecido por filmes como «O Sétimo Selo» e sua mais recente película «Saraband» (do qual deixamos este pequeno excerto), morreu «calma e docemente», indicou a sua filha.

Com mais de 40 filmes no seu currículo, Ernst Ingmar Bergman nascido a 14 de Julho de 1918 notabilizou-se por vários filmes como «O Sétimo Selo», «Fanny e Alexandre» ou «Saraband», a última película que realizou, já usado o sistema de alta definição.

O cineasta de Uppsala, que foi marcado pela sua educação religiosa, severa e austera, fez os seus estudos na Universidade de Estocolmo, onde se interessou em particular pelas obras de Strindberg e de Shakespeare.

A partir de 1944, começou a ter uma carreira ao mesmo tempo ligada ao teatro e ao cinema, sendo que depois de ter sido assistente de realização, realizou, em 1945, o filme «Crise», a sua primeira película.

Em 1957, o cineasta sueco realizou «Morangos Silvestres», outros dos filmes que viria a marcar a sua carreira, dirigindo, mais tarde, em 1974, «Cenas de uma vida conjugal», dois anos antes de trocar a Suécia pela Alemanha depois de problemas com o fisco do seu país.

De regresso ao seu país natal, Ingmar Bergman realizou em 1982 a película «Fanny e Alexandre», um testamento aberto sobre a sua infância, que foi coroado com quatro Óscares.

Após a morte da sua esposa Ingrid, em 1995, o cineasta mudou-se para a ilha de Faaro (Gotland), no Mar Báltico, onde residia actualmente durante a maior parte do seu tempo, ilha que serviu de pano de fundo para muitos dos seus filmes.

Em 2003, Ingmar Bergman voltou a assinar mais um momento alto na sua carreira com «Saraband», filmado em alta definição para a televisão sueca, película que só passou nas salas de cinema depois de ser exibido na televisão.

Para além do cinema, Bergman revelou parte da sua vida pessoal e profissional em livros como «Imagens», de 1993 e «Crianças de Domingo», de 1994, sendo que este último foi adaptado ao cinema por Daniel Bergman, um dos seus nove filhos resultantes dos seus cinco casamentos.

(Fonte: TSF Online)

Tuesday, July 17, 2007

Crónica Feminina - Inês Pedrosa

Cidadania de miséria
Sou lisboeta por escolha, desde há muitos anos, o que significa que tenho mais amor a Lisboa do que à terra onde nasci: nenhum laço natural me prende a este lugar, apaixonei-me pela cidade e decidi viver dentro dela. Que 62,6 por cento dos habitantes de Lisboa tenham manifestado, através da abstenção, a sua total indiferença pelos destinos da cidade, é algo que me deixa, mais do que desiludida, envergonhada. Trata-se de um gravíssimo sinal de desdém pela democracia. Esta demissão dos cidadãos em relação às suas responsabilidades deveria ser sancionada: quem se está nas tintas para o Governo da cidade deveria perder o direito a candidatar-se a empregos, bolsas ou apoios públicos. Não vejo outra forma de educar as pessoas para a participação cívica, a não ser esta: amor com amor se paga - e a mesma paga é devida, dos políticos que somos todos nós (cidadãos eleitores) aos que desprezam a vida da polis (os cidadãos que nem se incomodam a ir votar). Se nenhum dos 12 candidatos interessava a esta maioria de lisboetas, que o expressassem no voto em branco. Mas não é crível que, entre tantos candidatos e propostas diferentes, os lisboetas abstencionistas não encontrassem um voto à sua medida. Simplesmente, decidiram encostar-se àquele analfabeto lugar-comum dos mimados da democracia, que reza assim: «Os políticos são todos iguais». Esta frase é falsa, injusta e profundamente antidemocrática. Depois não se queixem.

A data das eleições, no meio do Verão, também não ajudou. Não entendo porque é que o tão propagado «choque tecnológico» ainda não criou a possibilidade do voto electrónico. De resto, também não percebo porque é que um cidadão que queira votar, mas esteja, à data das eleições, em serviço no estrangeiro, não o pode fazer antecipadamente, ou num consulado do local onde se encontre. Aconteceu comigo nas eleições municipais de 2005: prontifiquei-me a entregar uma carta do então Instituto Português do Livro e das Bibliotecas informando que estaria a representar o país num evento literário no Brasil, mas a Comissão Nacional de Eleições informou-me de que só os atletas de alta competição tinham direito a voto antecipado, nestas condições. Não percebo porque é que um futebolista ou ginasta conserva o direito ao voto quando se ausenta em representação do país e um escritor ou artista o perde, nas mesmas circunstâncias.

Teria sido, de facto, muito mais sensato manter a Comissão Administrativa em funções até Setembro, e realizar então eleições para um mandato completo. Note-se que esta Comissão Administrativa, de apenas 5 pessoas - presidida por duas mulheres, o que é inédito no Governo Municipal (Marina Ferreira do PSD e Ana Sara Brito do PS) - já resolveu mais problemas em dois meses do que o último executivo camarário em dois anos: desbloqueou obras paradas, estabeleceu protocolos com escolas e associações de pais para possibilitar o bom arranque do ano escolar, acudiu à situação calamitosa que viviam as organizações de apoio aos sem-abrigo da cidade e fez o levantamento total da dívida camarária, e o seu escalonamento. Entre outras coisas.

Também me é difícil aceitar que tantos lisboetas substituam o escrutínio à acção governativa - social e financeiramente desastrosa, de uma forma muito concreta, nos últimos anos - por um misto de piedade e fascínio bruto pelo poder instituído, que me parece ser a única explicação
(dou alvíssaras por outras) para o segundo lugar obtido por Carmona Rodrigues, que conseguiu inclusivamente afastar da Câmara o CDS-PP.

É verdade que os ataques pessoais desceram, nesta campanha, vários graus abaixo de zero - e isso desmobiliza o eleitorado. Os enredos conspirativos, completamente infundados, tecidos à volta de José Miguel Júdice e Paulo Portas, foram um momento particularmente triste da democracia portuguesa. Espero que a polícia e os tribunais apurem a origem das calúnias e as penalizem devidamente. Já para não falar da humilhação que constitui para a Universidade Portuguesa o chumbo claramente político de alguém com o currículo de Saldanha Sanches. Quando a golpada substitui o debate, a democracia reduz-se drasticamente - até porque, neste registo, só os biltres se entendem. Com exemplos destes, as pessoas de bem, sejam elas de esquerda ou de direita - velhacos, há-os em todo o espectro político, até porque têm uma particular arte para se acoitar junto do que está a dar - , acabarão por desistir de intervir na vida pública. Depois queixem-se.

PS - A contestação à resposta do Ministro dos Assuntos Parlamentares à minha crónica de 7.7.2007 sobre o Estatuto do Jornalista encontra-se, ponto por ponto, no texto do próprio estatuto do jornalista, disponível em http://www.ics.pt/Ficheiros/Legisl/Jornalismo/prop_lei_est_jornalista.pdf

Está lá tudo aquilo que referi, e mais ainda. Gostaria apenas de esclarecer que o sigilo das fontes (que, de facto, o anterior Estatuto já desprotegia) me parece tão inegociável como o sigilo profissional de médicos ou advogados.

Wednesday, July 11, 2007

Power of Wind - Cannes Lions Live

Nestes dias de ventania que se fazem sentir... como dizem numa certa rádio, "já agora, vale a pena pensar nisto"

Thursday, June 28, 2007

Arte nos tempos da Banda Larga


Chega de moldura, chatice, montagem e desespero na hora de montar a exposição e na hora de entregar o trabalho na casa do coleccionador. Hoje em dia, os artistas que trabalham com meios digitais podem ficar descansados e alimentar sonhos de ficarem ricos. Como? Vendendo um certificado de autenticidade e um CD-Rom com a sua obra de arte. E o comprador produz a obra como quiser, no tamanho que quiser, para caber naquela parede da sala. Este artigo conta como um brasileiro chamado Eli Sudbrack fez fortuna vendendo as suas obras em formato de CD aos compradores. Eli produz desenhos, decalques, murais, tudo num estilo meio kitsch, meio pucci. A inovação fica por conta do modo de venda, um arquivo illustrator gravado em CD, e das instalações, que, além dos painéis, conta com música e vídeos contendo imagens das mais díspares possíveis. Eli Sudbrack, aka Assume Vivid Astro Focus virou milionário. Arrecadou quase 1 milhão de dólares na sua exposição na Bienal do Whitney Museum em NY.

A questão não reside mais na obra de arte e na sua integridade mas sim na sua distribuição e proliferação. O Assume Vivid Astro Focus põe Walter Benjamin, autor de "A obra de arte na era da reprodução mecânica" no saco. Nada de "aura" da obra de arte, nada de perda de sentido na reprodução em série. O futuro da arte reside em um simples CD-Rom. Obviamente este novo modo de "vender" e "adquirir" arte contemporânea requer um olhar profundo sobre a circulação da arte e a permanência da própria. Como lidar com uma arte que não é mais um "objecto" e sim um punhado de pixels? Como tornar um projeto processual, ou um software um ítem de coleccionador, único? Como manter a autenticidade de uma obra de arte que pode ser muito facilmente reproduzivel e modificável, inclusive podendo ser forjado o seu certificado de autenticidade?


Is this madness? That's debatable. But the sales model definitely reflects a fundamental change in how art can be produced and sold. Purely digital art—sold as software or access to online environments—has been creeping into the art market over the last decade, but it still remains very much marginalized. What sets Sudbrack apart is that his model is a hybrid, safely within the object-oriented paradigm of classical collecting yet exploiting digital production's advantages. (In the broadband age, the CD with the piece's image is really just a prop, after all.)


Tenho um amigo fotógrafo que fez 8 cópias de uma fotografia e depois destruiu o fotograma. Ele dizia que não fazia sentido manter o fotograma "vivo" pois era justamente a edição limitadíssima de cópias que garantia a autenticidade da obra e a cobiça em cima das poucas cópias existentes. Com esse gesto ele queria manter a sua autoria intacta, já que o facto do fotograma inexistir era uma prova de sua autenticidade.

Nos anos 70, o artista minimalista americano Sol Le Witt simplesmente enviava as instruções detalhadas para a realização da sua obra para a galeria, que por sua vez contratava uma equipa especializada que executava a obra. No final, Sol Le Witt aparecia só para inspeccionar o resultado. O que ele queria com isso era provar que a "mão" do artista era irrelevante para a obra de arte, que agora era reduzida a uma série de instruções. É um gesto essencialmente mecanicista num meio onde imperava, até então, e com o Expressionismo Abstracto que precedeu imediatamente o minimalismo/conceitualismo, o virtuosismo do artista e a inspiração divina. O artista não é mais um herói, ele é apenas um servo de uma sociedade que reduziu a criação a um parâmetro técnico e banal. Mas Sol Le Witt fez-nos pensar sobre o que é ou o que não é arte. Assim como Eli Sudbrack. Não é mais a imagem que conta e sim como e por quem ela é realizada. Tirando o artista fora da questão, a arte torna-se de todos. Até que o mercado subverta essa noção novamente.

Monday, June 25, 2007


Cool Stuff

A Microsoft continua um passo, ou vários, à frente!


Ora espreitem lá esta maravilha da tecnologia, à la Bill Gates. Chama-se "Surface": é um monitor/mesa completamente táctil, que permite gerir, à maneira do "Minority Report" imagens e demais ficheiros, sem recorrer a nada mais nada menos que os nossos dedos.

Tuesday, June 05, 2007

BarómetroLX - Apenas com as pessoas se fazem as grandes cidades



Benvindos ao BarómetroLX. Deu hoje os primeiros passos este novo espaço de cidadania: este é um local que dá voz activa aos cidadãos de Lisboa!
É dirigido a todos aqueles que vivem, trabalham, visitam ou simplesmente gostam e se preocupam com a cidade. De uma forma simples, directa e sem ligar o complicómetro, a equipa da Associação Forum Cidade responsável por esta ferramenta de cidadania online pretende saber o que vai na cabeça dos cidadãos. Quer saber o que os preocupa, quais as suas prioridades, os seus contributos, quais as situações que gostariam de ver mudadas e qual a opinião que têm sobre a gestão de Lisboa.

Todos os meses existirão novos temas para além do Barómetro de opinião fixo. Desde a saúde à educação, da cultura à economia, do urbanismo à habitação, do trânsito às acessibilidades e transportes, da higiene à segurança, muitos serão os temas abordados pelos questionários temáticos. Assunto de conversa não irá também faltar para o blog que será lançado no final do mês de Junho onde os cidadãos e habitantes de Lisboa serão chamados a participar com textos de opinão.

Nada mais será pedido do que 2 minutinhos do tempo de cada um de nós para que a nossa opinião ajude a tornar Lisboa um sítio melhor:

Vá lá e vote: http://www.barometrolx.com/questionario.htm

Friday, April 27, 2007

Os 13 Anos da Antena 3

Ontem o dia foi longo e de tal maneira a festa foi brava que não tive oportunidade de partilhar neste espaço essas gloriosas 24 horas de festa da Antena 3. Infelizmente não pude também partilhar de todas essas horas de alegria, mas terminámos em grande, numa edição especialissíma da Prova Oral até às 24:00h. O painel foi especial e o texto de apresentação arrastado directamente do nosso blog http://www.provaoral.blogspot.com/:

"Quintino Aires, psicólogo (se bem se lembram, ainda há umas semaninhas cá esteve a apresentar o seu livro O amor é uma carta fechada); Carlos Amaral Dias, que praticamente dispensa apresentação, conhecidíssimo psicanalista, autor de livros como Freud para além de Freud e Costurando as linhas da psicopatologia borderland (que daria igualmente um óptimo nome para uma banda, por exemplo); Marta Crawford, sexóloga, conhecida do público sobretudo pelo seu ABSexo na TVI; Gimba, músico, ex Afonsinho do Condado e autor dos genéricos da Prova Oral; o legendary Paulo Furtado, músico dos Wraygunn; e ainda, para que não vos falte nada, o colectivo Gato Fedorento - sim, os quatro, a gataria completa. Quanto à apresentação, também não deixamos a coisa por menos: Fernando Alvim, Cátia Simão, Marisa Jamaica e Rita Amado - todas, pela primeira vez, juntas na mesma emissão."

Rádio companheira de horas solitárias ao volante, das horas de audição a dois, a quatro, com os amigos ou com a família toda. Rádio onde ouvimos do melhor e do mais inovador da nossa música. Rádio alternativa, provocadora, pertinente, alegre, despretensiosa, tantas vezes a única voz para músicos de grande qualidade que não conseguem passar as barreiras cada vez mais intransponíveis dos patrocínios, das grandes produções, da guerra de audiências.

Rádio onde descobri uma outra dimensão do meu trabalho: o trabalho com gosto, diversão, profissionalismo e companheirismo profundo. Ao meu querido amigo Fernando Alvim, um beijo muito especial por me ter convidado a participar, às minhas colegas da Prova Oral um abracinho e um piscar de olho cúmplice. Estamos todos de Parabéns!

Foto reportagem aqui.







Monday, April 23, 2007

O adeus de Boris Iéltsin

Boris Nikoláievitch Iéltsin (em russo, Борис Николаевич Ельцин) nascido a 1 de Fevereiro de 1931 em Sverdlovsk, foi o primeiro presidente da Rússia em 1991, após o fim da União Soviética e o primeiro eleito democraticamente na história daquele país.
Iéltsin governou o país até 1999, liderando a transição do socialismo para o capitalismo. Os anos em que Iéltsin governou foram marcados por grandes transformações económicas e políticas na Rússia e nos outros países que constituíam a ex-União Soviética, além dos conflitos separatistas na Tchechénia. Faleceu hoje, aos 76 anos.

Thursday, April 12, 2007

"Até amanhã camaradas!"
Foi assim que Odete Santos se despediu hoje dos seus 26 anos de actividade política. Foi hoje, na Assembleia da República que a grande camarada, mulher de guerra, figura incómoda e polémica, excêntrica e combativa fez o seu último discurso enquanto deputada. A ovação durou alguns minutos e ecoou por todos os cantos de todas as bancadas parlamentares. E foi bonito!

Yes, Prime Minister! ou Sim Sr. Engenheiro!

Foi com curiosidade que assisti ontem à entrevista do nosso PM na RTP. Queria ouvir falar dos 2 anos de governação. Queria saber se, no meio de isto tudo, estamos ou não a melhorar? Segundo o Financial Times, vamos até muito bem. Graças às acções do governo, a recessão está a regredir. Segundo o FMI, a inflacção e o desemprego baixam e o crescimento aumenta. Com isto tudo, a que é que o PSD e o PP se podem agarrar? Ao curso de Sócrates?
Além da pastelada de toda esta questão à volta das habilitações de quem nos tem governado (e bem) e da suposta e devida pertença à ordem para ser tratado por Sr. Eng.º, acho igualmente hilariante a seriedade e convicção com que os entrevistadores massacraram sem mais assunto digno de sangue o nosso PM.
Este foi o programa mais visto pelos portugueses ontem e segundo a Marktest um cada três portugueses não descolou da TV nem fez zapping diante a fraca concorrência das outras novelas que passavam na SIC e na TVI.
Sim que isto de ser Eng.º ou não é coisa muy importante, muda tudo, tudinho mesmo.

Sócrates conseguiu, na minha perspectiva e para quem o quis ouvir, passar as ideias-chave de dois anos em que começamos a sair da cepa torta, da positividade que é necessário impôr a todo um povo e do crescimento, que, embora tímido, se começa a evidenciar no nosso país. Falou-se do aeroporto da Ota, necessário aos olhos de todos, ainda que discutível na sua localização. É preciso muita força de decisão e embora sem certezas dogmáticas é necessário agir, agir rápido e bem, de preferência. Os países mais fortes são aqueles que arriscam mais e que avançam de forma determinada no caminho traçado.

Triste é a insistência, no rescaldo da entrevista de ontem, da proposta do líder do PSD para que seja aberto um inquérito, por uma entidade independente, ao currículo académico de Sócrates. Comprova que apenas os fracos recorrem ao insulto fácil.

Então e quando podemos voltar ao país meus senhores?




(não resisti a esta foto deliciosa da série "Yes, Prime Minister" em que o jornalista pede o corte da palavra do PM. Leva-nos a colocar as coisas em perspectiva...)

Wednesday, April 04, 2007

Gestão de Talentos: o desafio

Será o património de talentos assim tão escasso? Esta é uma das grandes preocupações dos CEO a nível mundial. As conhecidas afirmações de que "o nosso maior capital é o humano" ou "as pessoas são o nosso activo mais importante" são muitas vezes pura retórica. De facto, por vezes o talento está mesmo debaixo do nariz e as chefias nem sequer se dão conta disso. Depois há aquela admiração quando, passado poucos anos, se tem conhecimento de que essas pessoas são decisivas na evolução de outras empresas, por vezes até concorrentes.
Não é que o talento espreite em cada esquina mas por vezes a aposta das empresas é fraca, não existem mecanismos de detecção dos talentos e capacidades dos vários elementos de uma equipa e uma débil percepção da adequação das pessoas às funções que ocupam.

O ideal seria que as pessoas tivessem espaço e motivação para se proporem fazer aquilo que mais as inspira, que mais as motiva e com isso mexer a agulha pela capacidade diferencial que têm em certas áreas. Mas como isso não acontece com facilidade, seja por constrangimento do próprio, seja por falta de visão das chefias, a única forma de conseguir potenciar esse capital humano será recorrer a barómetros de talento, instrumentos de averiguação dos perfis dos colaboradores e potenciar a consequente mudança de atitude e de adequação da equipa na prossecução dos objectivos comuns da empresa.

A gestão do talento diz respeito à capacidade de contratar pessoas de elevada qualidade, de as reter, de as desenvolver e de as utilizar de forma alinhada com a cultura e a estratégia da organização. Não basta para isso que os recursos humanos disponíveis sejam de elevada qualidade, por exemplo, a nível educacional. Há que aproveitá-lo bem! Há que descobrir aquilo que nos faz acordar antes da hora do despertador tocar, que nos faz ficar levantados à noite, que nos leva a dar secas monumentais aos nossos amigos por não nos conseguimos calar com aquele projecto que temos em mãos, que nos deixa o sorrisinho no canto do lábio por mais uma vitória, que nos leva à consciência clara de que "nasci mesmo para isto!". E este é um desafio que se levanta a toda a organização. Não é algo restrito aos departamentos de RH. As pessoas são transversais em toda a organização e apenas uma linha colaborativa permanente entre o departamento de recursos humanos, as várias linhas de chefias funcionais e uma clara e firme motivação a nível da gestão de topo poderá efectuar uma eficaz gestão de um dos recursos mais importantes para o crescimento das organizações: o talento - essa capacidade de fazer a diferença, de mudar o mundo, de dar o extra mille para o qual já nem sabiamos que teríamos fôlego!

Thursday, March 29, 2007

Inov-acção

Proença-a-Nova apresenta projecto inovador de combate à poluição
O concelho de Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, anunciou o lançamento de uma iniciativa exemplar, pioneira a nível internacional, tendo em vista passar a vender no mercado voluntário os seus créditos de carbono (CO2) contribuindo, deste modo, para uma mais eficaz retenção das emissões de carbono no município, criando, paralelamente, um conjunto de mais-valias financeiras para a autarquia. Para João Paulo Catarino, presidente da edilidade, esta iniciativa pretende provar “que podemos e queremos ser contribuintes líquidos para a despoluição do país e do mundo”.

Rui Solano de Almeida

Como é que um município com pouco mais de nove mil habitantes e longe dos principais centros de decisão toma uma iniciativa com esta importância e com esta dimensão?
Como se sabe, o tamanho não é sinal de mais inteligência ou de se trabalhar melhor. As medidas e acções tomadas pelos municípios maiores podem ser mais mediáticas mas nem sempre são as mais inovadoras ou as mais acertadas. O estudo que estamos a levar a efeito pretende apenas provar que o concelho de Proença-a-Nova sequestra mais CO2, que emite e produz mais energia obtida por métodos renováveis que consome produzida a partir de métodos poluentes, ou seja, vamos provar que somos contribuintes líquidos para a despoluição do país e do mundo.
Diminuir as emissões de CO2 está, como sabe, muito na moda. Recomendações neste sentido têm partido de organismos tão distintos como a União Europeia, ONU ou de figuras com o peso mediático do ex-vice presidente dos EUA Al Gore.
O problema é saber se esta iniciativa empreendida no concelho de Proença-a-Nova é para cumprir a agenda mediática, ou se se trata de algo para levar em frente com todas as consequências daí resultantes?
O mediatismo pouco nos interessa. Interessa-nos provar o que referi anteriormente, quantificá-lo em termos de toneladas de CO2, inventariar as medidas necessárias para uma melhor eficiência energética, implementá-las e quantificar os ganhos obtidos com a sua implementação e depois vender esses créditos no mercado voluntário do carbono, para com as receitas daí provenientes, desenvolver as medidas constantes do nosso Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, para assim protegermos a floresta existente, aumentar a área arborizada e tornar este processo sustentável ao longo dos anos.
Em termos práticos como é que um concelho do interior como o seu, essencialmente um município com pouca ou quase nenhuma indústria mas rodeado de uma riquíssima mancha florestal, pode aplicar uma gestão sustentável, como produtor de energia renovável?
A ideia é precisamente essa, partir da fatalidade de termos muito pouca indústria e transformá-la numa oportunidade, para o concelho em geral e para os produtores florestais em particular. Não temos indústria poluente mas contribuímos para despoluir o que os outros poluem, por isso é justo que sejamos ressarcidos por este serviço prestado à comunidade. Produzimos hoje 57 MW de energia por métodos renováveis (eólica), muito mais do que aquela que consumimos a partir de métodos poluentes. A ideia é aumentar ainda mais a nossa eficiência e com os créditos arrecadados financiarmos as mediadas que teremos que tomar para proteger e aumentar a nossa área florestal.
Estamos a viver, como sabe, momentos muito difíceis em todo o planeta, em matéria de mudanças climatéricas. Como é que uma iniciativa como esta pode contribuir para inverter esta problemática?
De várias formas, primeiro melhorando a nossa eficiência energética, poluindo menos, e depois produzindo-se na área geográfica do nosso concelho energia por métodos renováveis e não poluentes estamos também a contribuir para que não seja necessário gerar tanta energia por métodos poluentes e por último protegendo e aumentando a nossa floresta estamos ainda a contribuir para que se sequestre mais CO2 no nosso concelho. E como se trata, em nossa opinião, de um bom exemplo, esperamos sinceramente que seja seguido, incentivando desta forma a melhorar as condições ambientais do nosso município, do país e do mundo.

Wednesday, March 28, 2007

As dores da inovação

Para quem possui um perfil inovador, a vida não é nada fácil mas por compensação não existe monotonia. A criatividade e o arranque ao conforto balofo do que "está bem" tem como obstáculos a desconfiança, o pessimismo disfarçado de sabedoria, a ameaça velada do sentimento de que algo nos está a passar ao lado. A mentalidade segura e confortável de "saber com o que contamos" acomoda-se refastelada no sofá do conformismo e é em si mesma o pior e maior obstáculo à evolução e à inovação. Então o que fazer para mobilizar, a partir de dentro, uma organização? Pergunto-me isso todos os dias, para além da primeira pergunta que me assola ao acordar: "Será que hoje serei capaz?". Queremos dar soluções diferentes, fazemos inúmeras reuniões no sentido de desenvolver posturas de diferenciação, mas apostamos realmente em inovar-nos? A inovação tem de ser algo que parte do sujeito para a comunidade. E esse é o principal problema com o qual nos debatemos. Inovar-nos a nós mesmos. A mobilização tem de se revestir ela mesma de técnicas e modos inovadores. Já não somos sensíveis aos mesmos estímulos, por isso há que mudar linguagens, formas e meios. Os próprios serviços e soluções rapidamente têm de ser substituídas por outras que respondam às novas necessidades, sob pena de deixar passar o comboio para os concorrentes. Por outro lado, temos que ser críticos em relação ao potencial humano. Contratar os melhores, formar para a excelência, ter o arrojo de misturar equipas com vertentes variadas não apenas tecnicamente mas culturalmente. Tal permite obter um caldo riquissimo que potencia a inovação e a criatividade.
Numa sociedade em que as pequenas e médias empresas são o principal tecido empresarial, há que promover as join ventures, as parcerias, as colaborações sinérgicas.
Mas já todos sabemos disto, ouvimos em alguma convenção, lemos ou admitimos interiormente pelo bom senso que nos assiste. A minha pergunta é: E como se faz?
Como responsável pela implementação de uma tecnologia inovadora sinto todos os dias a resistência, a luta, quer interna, quer externa de um corpo estranho que teima em infiltrar-se contra natura nos hábitos, processos e modos de pensar o trabalho e de ver a própria vida.
A abordagem tem de ser pessoal, transmíssivel, dedicada. Carismática. É pela liderança e pela identificação com o outro que conseguimos esse efeito de espelho capaz de extrair o esforço extra e a dedicação para além do mero cumprimento do dever. É pelo entusiasmo e pelo optimismo. Em Portugal, pela nossa cultura baseada na confiança pessoal e familiar e desconfiança perante as instituições, a liderança assume esse papel fulcral de fazer mover a agulha.
A inovação é uma atitude. Não se resume aos avanços da tecnologia, não bastam as técnicas e estratégias sofisticadas, não se reduz a ser diferente. É vontade. Esse parece-me ser um dos maiores desafios do nosso tempo: mover as vontades no sentido da mudança de mentalidades. Para uma maior abertura, rigor, criatividade. E para retirarmos o melhor dos outros temos de dar o melhor de nós mesmos.
Deixo-vos uma frase que ouvi ontem pela boca do Dr. Mário Assis Ferreira, da Estoril Sol, por ocasião do lançamento do livro do Prof. Dr. Pedro Moreira, Liderança e Cultura de Rede (o qual aconselho vivamente!), frase esta que persiste como aquelas músicas que cantarolamos para dentro sem saber bem porquê:

"Gerir pessoas é potenciar as suas mentes."

Inaugurada em Serpa a maior central solar do mundo

A maior central solar do mundo é hoje inaugurada no lugar de Brinches, concelho de Serpa, num investimento de 61 milhões de euros que irá permitir produzir energia «limpa» para a rede eléctrica nacional nos próximos 15 anos.
Localizada numa área de 60 hectares, dos quais 32 estão cobertos por 52 mil painéis fotovoltaicos, a Central Solar de Serpa é a maior do mundo, dispondo de uma capacidade instalada de 11 megawatts, quase o dobro do que a actual maior central situada na Alemanha.
Sem custos de fuel ou emissões, a central vai produzir 20 gigawats/hora de energia por ano que, segundo Piero dal Maso, será suficiente para alimentar oito mil habitações e poupar mais de 30 mil toneladas em emissões de gases de efeito de estufa em comparação com uma produção equivalente a partir de combustíveis fósseis.
Com base numa tarifa de 0,31 euros por kilowatt/hora, Piero dal Maso acrescentou que a central irá vender energia à rede eléctrica nacional nos próximos 15 anos, contribuindo, desta forma, para «reforçar o compromisso de Portugal em apostar em energias renováveis limpas e fiáveis, como a solar».
Com um investimento total de 61 milhões de euros, a central envolveu cerca de 200 trabalhadores durante a construção, que decorreu entre Junho e o final de 2006, e vai criar cinco postos de trabalho permanentes.
Além da portuguesa Catavento, que intermediou o projecto e fica a gerir a central, o projecto envolve a General Electric - financiadora e proprietária da central -, e a Powerlight, empresa fornecedora mundial de sistemas de energia solar que vai operar e manter a central.
A cerimónia de inauguração da Central Solar Fotovoltaica de Serpa (Beja), no local da unidade, situada perto da freguesia de Brinches, deverá contar com a presença do ministro da Economia, Manuel Pinho, e de administradores das empresas envolvidas no projecto.

Fonte: Diário Digital / Lusa


Tuesday, March 27, 2007

Morte e sentido da vida em perspectiva

NOTÍCIA DO NEW YORK TIMES

Os Gerentes de uma editora estão a tentar descobrir, porque ninguém notou que um dos seus empregados estava morto, sentado à sua mesa há CINCO DIAS.
George Turklebaum, 51 anos, que trabalhava como Verificador de Texto numa firma de Nova Iorque há 30 anos, sofreu um ataque cardíaco no andar, onde trabalhava (open space, sem divisórias) com outros 23 funcionários. Ele morreu tranquilamente na segunda-feira, mas ninguém notou até ao sábado seguinte pela manhã, quando um funcionário da limpeza o questionou, porque ainda estava a trabalhar no fim de semana. O seu chefe, Elliot Wachiaski disse: "O George era sempre o primeiro a chegar todos os dias e o último a sair no final do expediente, ninguém achou estranho que ele estivesse na mesma posição o tempo todo e não dissesse nada. "Ele estava sempre envolvido no seu trabalho e fazia-o muito sozinho." A autópsia revelou que ele estava morto há cinco dias, depois de um ataque cardíaco.

O mais incomodativo nesta história não é apenas a solidão extrema de alguém que morre sem que ninguém se dê conta. É o pavor que temos de nós próprios morrermos sós.

O espaço de discussão que se abre é imenso: Poderá existir um objectivo específico para o sentido da vida? Poderão existir vários? Poderá a felicidade depender do ponto de vista subjectivo para constituir o sentido? Se o ponto de vista subjectivo fosse suficiente para dar sentido à vida, tal significaria que a ilusão de felicidade, desde que nunca fosse descoberta, seria uma vida verdadeiramente feliz? No caso, se nos fosse dada a possibilidade de um sonho feliz mas irreal, tal bastaria para nos encher de sentido? Esta questão recorda-me a história de Vanilla Sky, em que o protagonista vive um sonho lúcido feliz para ultrapassar um acidente que o deixa desfigurado, mas em que a consciência lhe troca as voltas à procura da verdade.

Então e a morte fará sentido estando nós vivos, ou seja, na sua ausência e fará sentido preocuparmo-nos com o estarmos mortos, se já não existimos?
Desde que as nossas acções e projectos tenham um sentido universal, a nossa vida tem sentido. Posso estar redondamente enganada, mas não será irrelevante que depois da vida eu passe para outro nível de existência de eterna felicidade, dará tal facto qualquer sentido à minha vida uma vez que esse ser será outro que não eu? Apesar de finita, a nossa vida tem o valor que a nossa acção consiga dar-lhe. Uma vida ética tem sentido pelas suas acções e projectos. A resposta para o sentido da vida residirá no valor da nossa conduta, não na imortalidade. Então o sentido da nossa existência não é a existência per si, mas o valor que a nossa existência poderá trazer.

Este tema terá um espaço de discussão amanhã, 4ª feira, dia 28 de Março, no programa Prova Oral, na Antena 3, onde 3 filósofos nos farão cócegas na parte de trás do cérebro com estas e muitas outras questões. É às 19h, na frequência 100.3

Thursday, March 22, 2007

Aprovação na Generalidade do Projecto de Lei que altera a lei da Interrupção Voluntária da Gravidez

Convido todos aqueles que querem seguir de perto as novas resoluções resultantes do referendo a que fomos chamados a participar a espreitarem o projecto de Lei aprovado na generalidade, na Assembleia da República no último dia 8 de Março.

Segue-se o debate na especialidade na primeira comissão da Assembleia da República, a comissão de direitos, liberdades e garantias, e posteriormente o debate e aprovação no plenário da AR onde poderão ser apresentadas propostas de alteração por parte dos diferentes partidos.
Boa parte do debate na especialidade poderá incidir sobre as quatro questões abaixo:

- Aconselhamento e reflexão. O projecto de lei que foi aprovado na generalidade estipula a existência de um centro de aconselhamento familiar (CAF) por distrito, inserido na rede pública de cuidados de saúde, onde é previsto que a mulher tenha uma consulta. A caracterização desse aconselhamento e a existência de um período de reflexão para a mulher que pretende interromper a gravidez serão questões onde é provável que haja debate. A direita poderá querer
distorcer o resultado do referendo com um "aconselhamento" que seja uma barreira à decisão da mulher.

- Organização dos serviços de saúde. O projecto de lei estipula já no seu artigo 6º a organização dos estabelecimentos de saúde, mas é provável que seja um dos pontos onde surjam propostas específicas.

- Dever de sigilo. O projecto de lei garante no artigo 7º o dever de sigilo dos médicos e demais profissionais de saúde, mas foi um ponto alvo de polémica durante a campanha.

- Direito de objecção de consciência. O direito de objecção de consciência por parte dos profissionais de saúde em relação à interrupção voluntária da gravidez não faz parte do projecto de lei do PS, ao contrário do que acontecia nos projectos iniciais, rejeitados na generalidade, do Bloco de Esquerda e do PCP. O Bloco estipulava o dever do profissional de saúde, que invoque objecção de consciência, de "encaminhar as utentes para outros profissionais de saúde dispostos a prestar o serviço solicitado", previa ainda que o direito não seria contemplado "em casos de emergência para a vida da grávida". O projecto do PCP estipulava também que a mulher fosse informada "sobre o profissional que não seja objector de consciência".

Monday, March 19, 2007

Coisas Boas! Muitooo Boas: LeCool


Encontrei divulgação do melhor na publicação LeCool:
Ora espreitem que vale bem a pena. Coisas bem feitas assim até dá gosto.

http://www.lecool.com/lisboa/actual.php?lang=ESP






Concurso Lisboa Ideal
"Urgente! Urgente! Precisam-se de sonhos, utopias e desejos, divagações, ambições e aspirações para esta nossa cidade. Qual seria a Lisboa Ideal? A pergunta é feita a todos quantos queiram responder e as respostas podem ser dadas no formato mais original que se consigam lembrar: fotos, vídeos, textos, tudo é possível. Quem nos anda a mexer os cordelinhos da imaginação são os do Alkantara associados à ZDB. É um evento público que irá complementar outro. Eu explico: os trabalhos recebidos serão exibidos a 12 Maio, inseridos no projecto "Lugares Imaginários", onde sete parceiros de sete cidades mediterrâneas reflectem sobre as suas cidades reais e ideais. Vamos mostrar-lhes a verdadeira cidade imaginada. Puxem pelas cabeças, lembrem-se do potencial e arrasem no envio de material . /Jane
ONDE - Envio para link abaixo ou Lisboa Ideal Rua do Forno do Tijolo, 54 - 5º Esq 1170-138 Lisboa Tel.213 152 267
QUANDO - Deadline de envio: 25 Abril
QUANTO - Gratuito"
(arrastão do blog Loja de Ideias )
Este será o tema da Prova Oral na Antena 3, sexta-feira, dia 30 de Março, às 19h, 100.30. Participem!
Alimente esta ideia

O Banco Alimentar do Algarve está finalmente constituído e com data marcada para a primeira recolha de alimentos (4 e 5 de Maio). Até lá, ainda muito há que fazer, nomeadamente recrutar voluntários para trabalhar em diversas áreas: supermercados, armazém, esccritório, etc
Se fores do Algarve (de Sotavento a Barlavento) e estiveres interessado/a envia um e-mail para
ba.algarve@bancoalimentar.pt e/
ou aparece no Campus de Ciências da Saúde, no dia 31 de Março, pelas 15 horas para uma sessão de esclarecimento onde te poderás voluntariar.
Aparece: Não dói! É gratuito! E ainda te dizem OBRIGADO!

E para onde vai essa ajuda, perguntam vocês? A verdade é que escondida por detrás dos grandes condomínios e do glamour turístico desta região do país, ainda existe muita fome e precaridade e estima-se que existam na região mais de dez mil famílias com graves carências económicas. Uma situação que será aliviada a partir de 15 de Abril, quando forem inauguradas, em Faro, as primeiras instalações do Banco Alimentar contra a Fome. Esta instituição particular de solidariedade social irá apoiar mais de 2500 famílias dos concelhos de Faro, Loulé, Albufeira, Silves, Lagoa e Portimão. O primeiro passo para o início da actividade foi dado ontem com a assinatura do contrato de utilização da marca entre a Federação dos Bancos Alimentares de Portugal, presidida por Isabel Jonet, e a Associação Pró-Partilha e Inserção do Algarve, liderada pelo ex-reitor da Universidade local, Adriano Pimpão.

Segundo Isabel Jonet, de acordo com o levantamento das necessidades mais prementes efectuado pelas 22 instituições particulares de solidariedade social do Algarve que já aderiram ao projecto, nomeadamente as Misericórdias, Cruz Vermelha, Caritas ou a Fundação António Silva Leal, entre outras, vão ser distribuídas diariamente refeições já confeccionadas a 1214 pessoas e distribuídos cabazes de alimentos a 1330 famílias, com 410 crianças."Tal como acontece com os restantes 11 bancos alimentares contra a fome existentes em Portugal, as pessoas ou famílias que necessitem de ajuda alimentar deverão dirigir- -se às instituições concelhias, que prestarão o devido apoio depois de realizada a necessária avaliação da situação desses cidadãos, nacionais ou estrangeiros", esclareceu aquela responsável. Aos concelhos onde o projecto arranca, juntar-se-ão numa segunda fase, os de Tavira e Olhão. Dentro de um ano, todo o Algarve deverá estar coberto pelo Banco Alimentar contra a Fome.

Telefones: 213 649 655 ou 919 000 263

Wednesday, March 14, 2007

Actualização das rendas em Lisboa e Porto

Depois de 60 anos sem actualizações e um ano após a publicação da Lei das Rendas em Diário da República, vai finalmente avançar o necessário e contorverso Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU).
A subida das rendas bloqueadas por falta de avaliação das casas arrancaram nas duas maiores cidades do país. As câmaras de Lisboa e Porto já têm 551 rendas em processo de actualização.Até há duas semanas, apenas três dos 20 mil contratos de arrendamento antigos que o Governo pretende actualizar este ano tinham sido revistos. A lista de espera com mais de 500 imóveis deve-se ao sorteio de técnicos feito a 9 de Março pela Câmara de Lisboa.

As vistorias servirão para determinar o estado de conservação dos imóveis. Consoante o veredicto os senhorios poderão actualizar as rendas de imediato ou terão de realizar obras de reabilitação. As inspecções terão lugar em 39 freguesias da capital. Na Invicta, os pedidos de vistoria não chegam à meia centena.

São 31 os processos ditados por cinco sorteios realizados entre 30 de Janeiro e 9 de Março. Lordelo do Ouro, Paranhos e Ramalde são as freguesias apuradas.Em Portugal, existem cerca de 390 mil contratos de arrendamento antigos, 23196 só em Lisboa. No site do NRAU pode consultar toda a informação disponível sobre o processo de actualização de rendas.
Onde começa a agressão doméstica? Aos 3 socos?

Carlos Rodrigues Lima
"O Tribunal da Relação do Porto (TRP) absolveu, no passado mês de Fevereiro, um homem acusado por um crime de maus tratos à mulher e condenado no Tribunal de Peso da Régua por dois de ofensa à integridade física simples. Como este crime depende de queixa particular, o arguido argumentou que a mulher não a apresentou em tempo útil. E os juízes desembargadores também consideraram que o indivíduo não cometeu um crime de maus tratos, porque bateu na mulher "apenas duas vezes".Este processo iniciou-se com uma carta dirigida pela vítima ao Ministério Público, na qual declarou "ter sido alvo de várias tareias e de maus tratos físicos e psíquicos", o que a levou a refugiar-se na casa da mãe. A mulher pediu a intervenção do MP "para poder voltar a viver com os filhos na casa de família". Perante o teor da missiva, foi aberto um inquérito que levou à acusação do homem de um crime de maus tratos (que não depende de queixa particular).Porém, em julgamento o homem apenas foi condenado por dois crimes de ofensa à integridade física simples, por duas agressões à mulher, "com murros na cara e no corpo, tendo-lhe ainda puxado o cabelo,causando-lhe dores e hematomas e nódoas negras e provocando-lhe problemas de saúde, designadamente psíquicos". Os sinais das agressões foram confirmados em julgamento por três testemunhas, que afirmaram ter visto a mulher com "marcas de dedos na cara", "nódoas negras debaixo dos braços e um grande hematoma na cabeça", "um alto na cabeça". A vítima e o arguido recorreram da sentença para o TRP. A primeira, defendeu a condenação pelo crime de maus tratos, considerando, entre outros argumentos, que existia "o elevado risco de o arguido maltratar física e psiquicamente a assistente no caso de o tribunal não optar e o Tribunal de Peso da Régua ficou-se por uma pena de multa. Já o arguido invocou a nulidade do processo, uma vez que, como foi condenado por dois crimes de ofensa à integridade física, tal dependia de queixa e o MP não tinha legitimidade para avançar com o processo. E assim foi: depois de dar como matéria provada que existiram duas agressões e que o testemunho da vítima era credível, os juízes desembargadores Élia São Pedro, António Valente de Almeida, Maria Esteves e José Papão não aceitaram a tese dos maus tratos."Deu-se como provado que o arguido por duas vezes agrediu a ofendida com murros na cara e no corpo, tendo ainda puxado o cabelo à ofendida, a qual sofreu dores, hematomas e nódoas negras". Mas, continuaram os juízes, "não se provou a prática reiterada (apenas duas vezes), a dimensão dos referidos hematomas e nódoas negras (...). As lesões psíquicas também não foram minimamente identificadas". Quanto à carta da ofendida, que poderia ser entendida como uma queixa, os juízes também não a aceitaram, uma vez que uma das agressões aconteceu já posteriormente. Assim como consideraram que "quando a ofendida se constituiu como assistente, já tinha decorrido o prazo dentro do qual o direito de queixa poderia ser exercido".

Com um futuro knockout devidamente aplicado depois de muito treino pugilista a coisa vai lá!Ainda há dias, por ocasião do Dia da Mulher, se falava da situação da mulher no mundo e ficávamos chocados com os últimos números que colocam a agressão doméstica no topo das causas de morte das mulheres por esse mundo fora.