Thursday, June 28, 2007

Arte nos tempos da Banda Larga


Chega de moldura, chatice, montagem e desespero na hora de montar a exposição e na hora de entregar o trabalho na casa do coleccionador. Hoje em dia, os artistas que trabalham com meios digitais podem ficar descansados e alimentar sonhos de ficarem ricos. Como? Vendendo um certificado de autenticidade e um CD-Rom com a sua obra de arte. E o comprador produz a obra como quiser, no tamanho que quiser, para caber naquela parede da sala. Este artigo conta como um brasileiro chamado Eli Sudbrack fez fortuna vendendo as suas obras em formato de CD aos compradores. Eli produz desenhos, decalques, murais, tudo num estilo meio kitsch, meio pucci. A inovação fica por conta do modo de venda, um arquivo illustrator gravado em CD, e das instalações, que, além dos painéis, conta com música e vídeos contendo imagens das mais díspares possíveis. Eli Sudbrack, aka Assume Vivid Astro Focus virou milionário. Arrecadou quase 1 milhão de dólares na sua exposição na Bienal do Whitney Museum em NY.

A questão não reside mais na obra de arte e na sua integridade mas sim na sua distribuição e proliferação. O Assume Vivid Astro Focus põe Walter Benjamin, autor de "A obra de arte na era da reprodução mecânica" no saco. Nada de "aura" da obra de arte, nada de perda de sentido na reprodução em série. O futuro da arte reside em um simples CD-Rom. Obviamente este novo modo de "vender" e "adquirir" arte contemporânea requer um olhar profundo sobre a circulação da arte e a permanência da própria. Como lidar com uma arte que não é mais um "objecto" e sim um punhado de pixels? Como tornar um projeto processual, ou um software um ítem de coleccionador, único? Como manter a autenticidade de uma obra de arte que pode ser muito facilmente reproduzivel e modificável, inclusive podendo ser forjado o seu certificado de autenticidade?


Is this madness? That's debatable. But the sales model definitely reflects a fundamental change in how art can be produced and sold. Purely digital art—sold as software or access to online environments—has been creeping into the art market over the last decade, but it still remains very much marginalized. What sets Sudbrack apart is that his model is a hybrid, safely within the object-oriented paradigm of classical collecting yet exploiting digital production's advantages. (In the broadband age, the CD with the piece's image is really just a prop, after all.)


Tenho um amigo fotógrafo que fez 8 cópias de uma fotografia e depois destruiu o fotograma. Ele dizia que não fazia sentido manter o fotograma "vivo" pois era justamente a edição limitadíssima de cópias que garantia a autenticidade da obra e a cobiça em cima das poucas cópias existentes. Com esse gesto ele queria manter a sua autoria intacta, já que o facto do fotograma inexistir era uma prova de sua autenticidade.

Nos anos 70, o artista minimalista americano Sol Le Witt simplesmente enviava as instruções detalhadas para a realização da sua obra para a galeria, que por sua vez contratava uma equipa especializada que executava a obra. No final, Sol Le Witt aparecia só para inspeccionar o resultado. O que ele queria com isso era provar que a "mão" do artista era irrelevante para a obra de arte, que agora era reduzida a uma série de instruções. É um gesto essencialmente mecanicista num meio onde imperava, até então, e com o Expressionismo Abstracto que precedeu imediatamente o minimalismo/conceitualismo, o virtuosismo do artista e a inspiração divina. O artista não é mais um herói, ele é apenas um servo de uma sociedade que reduziu a criação a um parâmetro técnico e banal. Mas Sol Le Witt fez-nos pensar sobre o que é ou o que não é arte. Assim como Eli Sudbrack. Não é mais a imagem que conta e sim como e por quem ela é realizada. Tirando o artista fora da questão, a arte torna-se de todos. Até que o mercado subverta essa noção novamente.

Monday, June 25, 2007


Cool Stuff

A Microsoft continua um passo, ou vários, à frente!


Ora espreitem lá esta maravilha da tecnologia, à la Bill Gates. Chama-se "Surface": é um monitor/mesa completamente táctil, que permite gerir, à maneira do "Minority Report" imagens e demais ficheiros, sem recorrer a nada mais nada menos que os nossos dedos.

Tuesday, June 05, 2007

BarómetroLX - Apenas com as pessoas se fazem as grandes cidades



Benvindos ao BarómetroLX. Deu hoje os primeiros passos este novo espaço de cidadania: este é um local que dá voz activa aos cidadãos de Lisboa!
É dirigido a todos aqueles que vivem, trabalham, visitam ou simplesmente gostam e se preocupam com a cidade. De uma forma simples, directa e sem ligar o complicómetro, a equipa da Associação Forum Cidade responsável por esta ferramenta de cidadania online pretende saber o que vai na cabeça dos cidadãos. Quer saber o que os preocupa, quais as suas prioridades, os seus contributos, quais as situações que gostariam de ver mudadas e qual a opinião que têm sobre a gestão de Lisboa.

Todos os meses existirão novos temas para além do Barómetro de opinião fixo. Desde a saúde à educação, da cultura à economia, do urbanismo à habitação, do trânsito às acessibilidades e transportes, da higiene à segurança, muitos serão os temas abordados pelos questionários temáticos. Assunto de conversa não irá também faltar para o blog que será lançado no final do mês de Junho onde os cidadãos e habitantes de Lisboa serão chamados a participar com textos de opinão.

Nada mais será pedido do que 2 minutinhos do tempo de cada um de nós para que a nossa opinião ajude a tornar Lisboa um sítio melhor:

Vá lá e vote: http://www.barometrolx.com/questionario.htm