Será o património de talentos assim tão escasso? Esta é uma das grandes preocupações dos CEO a nível mundial. As conhecidas afirmações de que "o nosso maior capital é o humano" ou "as pessoas são o nosso activo mais importante" são muitas vezes pura retórica. De facto, por vezes o talento está mesmo debaixo do nariz e as chefias nem sequer se dão conta disso. Depois há aquela admiração quando, passado poucos anos, se tem conhecimento de que essas pessoas são decisivas na evolução de outras empresas, por vezes até concorrentes.
Não é que o talento espreite em cada esquina mas por vezes a aposta das empresas é fraca, não existem mecanismos de detecção dos talentos e capacidades dos vários elementos de uma equipa e uma débil percepção da adequação das pessoas às funções que ocupam.
O ideal seria que as pessoas tivessem espaço e motivação para se proporem fazer aquilo que mais as inspira, que mais as motiva e com isso mexer a agulha pela capacidade diferencial que têm em certas áreas. Mas como isso não acontece com facilidade, seja por constrangimento do próprio, seja por falta de visão das chefias, a única forma de conseguir potenciar esse capital humano será recorrer a barómetros de talento, instrumentos de averiguação dos perfis dos colaboradores e potenciar a consequente mudança de atitude e de adequação da equipa na prossecução dos objectivos comuns da empresa.
A gestão do talento diz respeito à capacidade de contratar pessoas de elevada qualidade, de as reter, de as desenvolver e de as utilizar de forma alinhada com a cultura e a estratégia da organização. Não basta para isso que os recursos humanos disponíveis sejam de elevada qualidade, por exemplo, a nível educacional. Há que aproveitá-lo bem! Há que descobrir aquilo que nos faz acordar antes da hora do despertador tocar, que nos faz ficar levantados à noite, que nos leva a dar secas monumentais aos nossos amigos por não nos conseguimos calar com aquele projecto que temos em mãos, que nos deixa o sorrisinho no canto do lábio por mais uma vitória, que nos leva à consciência clara de que "nasci mesmo para isto!". E este é um desafio que se levanta a toda a organização. Não é algo restrito aos departamentos de RH. As pessoas são transversais em toda a organização e apenas uma linha colaborativa permanente entre o departamento de recursos humanos, as várias linhas de chefias funcionais e uma clara e firme motivação a nível da gestão de topo poderá efectuar uma eficaz gestão de um dos recursos mais importantes para o crescimento das organizações: o talento - essa capacidade de fazer a diferença, de mudar o mundo, de dar o extra mille para o qual já nem sabiamos que teríamos fôlego!
1 comment:
"I´m glad to deliever!" Era uma expressão que gostaria de usar e que gostaria de ver usada para dentro e para fora da organização.
Contudo, a ausência de motivação e liderança ou pior atitudes de limitação das mesmas quando existentes em indivíduos num patamar inferior da hieráquia da empresa levam a sentimentos de descontentamento, frustração e consequentemente procura de resposta no mercado. Quando uma marca não nos dá o que esperamos, enquanto clientes, é simples, mudamos de marca. O colaborador, empregado ou o que os RH lhe queiram chamar é o primeiro cliente de qualquer empresa e o seu primeiro embaixador fora dela. Quando a situação chega ao ponto de ruptura a empresa perde muito mais que um par de braços, por muito que pense lucrar com a pressão de desemprego, a verdade é que as empresas não podem ser comunicadas ou tornar-se líderes porque não têm alma, esse é apanágio de quem lá trabalha e lhes concede o espiríto que as enforma. Se a visão e o espírito se ausentarem, poderá o corpo, mesmo que de um gigante, subsistir?
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